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quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

"Mulheres e crianças são estupradas como forma de 'pagar' entrada na Europa"


"Relatório divulgado pela ONU esta semana revela que mulheres e crianças que chegam à Europa na condição de refugiadas teriam sido estupradas por europeus como forma de “pagar” pelas documentações necessárias ou mesmo pela própria viagem."

Leia a matéria completa em:

Mulheres e crianças são estupradas como forma de “pagar” entrada na Europa

domingo, 25 de outubro de 2015


"Confraternizo com os responsáveis pelo ENEM de 2015 por apresentar como tema da redação que foi aplicada na tarde deste domingo (25/10) o debate sobre a violência. 
Intitulado "A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira" sem dúvida alguma fez com que 7.746.261 mil jovens - dos quais 4.458.265 (57,5%) são do sexo feminino - refletissem sobre esta epidemia da violência contra a mulher , reflexo de uma sociedade patriarcal e machista.
Ter este tema debatido no Enem - a segunda maior prova de acesso ao Ensino Superior do mundo, ficando atrás só de um realizado na China- é um avanço para toda a sociedade quebrar com a banalização da cultura da violência. 
A construção de uma pátria educadora se faz a partir da discussão de questões que mudam mentalidades e com isso, provocam mudanças culturais e rompem paradigmas. A escolha deste tema, o levou para dentro de quase 8 milhões de famílias brasileiras. Isso é algo de fundamental importância.
Não tenho dúvida da enorme contribuição para a sociedade quando no ENEM um exemplo de excelência e qualidade abraça essa causa de tolerância zero com a violência. Com essa atitude de colocar o tema como redação , vimos reforçada a luta de 12 anos da Secretaria de Políticas para as Mulheres para a transversalidade das questões de gênero no governo federal."
 Eleonora Menicucci – Secretária Especial de Políticas para as Mulheres do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos. 

segunda-feira, 9 de março de 2015

Marcando o Dia Internacional da Mulher (em pleno 2015!!)

"Direitos alcançados pelas mulheres nos últimos cem anos estão sob ameaça, alertam especialistas da ONU.

'Temos visto sinais de retrocesso, frequentemente em nome de culturas, religiões e tradições, que colocam em perigo o suado progresso em alcançar a igualdade das mulheres', informou o Grupo de Trabalho sobre discriminação contra as mulheres, antecipando discurso do Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de Março.

Os especialistas em direitos humanos apontam que 'a discriminação contra a mulher persiste tanto na esfera pública quanto na privada, em tempo de paz ou de conflito, em todas as regiões do mundo. Nenhum país no mundo conseguiu alcançar ainda uma igualdade significativa para as mulheres.' A média de participação feminina global na vida pública e política continua muito baixa – cerca de 20% do parlamento e 17% dos chefes de governo. As mulheres continuam recebendo salários menores sendo pouco representadas em cargos de liderança em empresas, instituições internacionais e sindicatos.

'Continuamos a testemunhar estarrecedoras formas de violência em nome da honra, beleza, pureza, religião e tradição', disse o grupo. 'Muitas mulheres têm sido privadas de sua saúde e direitos sexuais e reprodutivos.'"



"O que há de tão ameaçador nas mulheres?

A buceta, ainda ela. O desembargador Francisco Batista de Abreu, da 16ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais ajuda a explicar. Em acórdão publicado no final de junho, ele expõe uma linha de raciocínio fascinante ao justificar por que o valor de 100 mil reais de indenização, determinado pela justiça de primeira instância, deveria ser reduzido para 5 mil reais, como de fato aconteceu no julgamento em segundo grau. O caso refere-se ao que tem sido chamado de “vingança pornô”.

Um homem e uma mulher namoraram, em cidades diferentes, por cerca de um ano. Depois do término da relação, ainda conversavam e trocavam imagens íntimas pela internet. Na descrição do desembargador, as dela eram “ginecológicas”. O ex-namorado, seguindo o roteiro bocejante dos imbecis, quebrou a confiança estabelecida entre eles e tornou público o que era privado. As imagens, que eram consensuais, foram expostas de forma não consensual. Um ato sujeito à punição legal, portanto.

O desembargador Abreu concluiu, porém, que esta seria uma oportunidade para fazer um julgamento moral da vítima, expondo a profundidade do seu entendimento sobre como uma mulher deve lidar com sua vagina e com seu corpo. Depois da divulgação do caso, o processo foi colocado em “segredo de justiça”, limitando o acesso aos autos. Mas o segredo de quem, àquela altura, deveria ser protegido? Da mulher, do homem ou do desembargador?"



É preciso “coragem” para chamar uma mulher de “vaca” da janela do prédio

"Durante o pronunciamento de Dilma Rousseff, em cadeia nacional de rádio e TV, na noite deste domingo (8), um panelaço foi ouvido em várias cidades brasileiras.
(...) não tenho nada contra vaias (a menos que sejam durante a execução de hinos nacionais de outros países em jogos de Copa do Mundo – aquele episódio foi ridículo…). Também não tenho nada contra panelas que estrilam (só espero que se forem de teflon, que tenham usado colher-de-pau, porque risca).

Essas coisas fazem parte da democracia. E políticos, se gostam de elogios, devem aprender a conviver com críticas.

Mas é preciso muita coragem para gritar a plenos pulmões que alguém é “vaca'' da janela do apartamento, com todos os vizinhos e os transeuntes na rua olhando.

Coragem ou a certeza de que nada vai acontecer. Porque talvez a pessoa saiba que vivemos em uma sociedade misógina, que premia esse tipo de comportamento. Uma sociedade que é incapaz de fazer críticas ou demonstrar insatisfação e indignação sem apelar para questões de gênero.

Chamar de “vaca'' não é fazer uma análise da honestidade e competência de alguém que ocupa um cargo público e sim uma forma machista de depreciar uma mulher simplesmente por ser mulher. De colocá-la no seu “devido lugar'', que é fora da política institucional. (...)"







quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Com licença poética

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo.  Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
                                                 Adélia Prado

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Pílulas 5

"As guerras pelo reconhecimento, quer travadas individualmente ou coletivamente, em geral se desenrolam em duas frentes, embora tropas e armas se desloquem entre as linhas de fronteira, dependendo da posição conquistada ou atribuída segundo a hierarquia de poder. Numa das frentes, a identidade escolhida e preferida é contraposta, principalmente, às obstinadas sobras das identidades antigas, abandonadas e abominadas, escolhidas ou impostas no passado. Na outra frente, as pressões de outras identidades, maquiadas e impostas (estereótipos, estigmas, rótulos), promovidas por 'forças inimigas', são enfrentadas e - caso se vença a batalha - repelidas" (BAUMAN, 2005, p. 44-45).

""masculino" e "feminino" são criações culturais e, como tal, são comportamentos apreendidos através do processo de socialização que condiciona diferentemente os sexos para cumprirem funções sociais específicas e diversas. Essa aprendizagem é um processo social. Aprendemos a ser homens e mulheres e aceitar como "naturais" as relações de poder entre os sexos" (ALVES; PITANGUY, 1985, p. 55).